ESTIVE NO HOSPITAL

7 de abr. de 2010

ESTIVE NO HOSPITAL

Estive internado no Hospital América neste final de sema. Já estou em casa.

6 de abr. de 2010

AVALIAÇÃO DA CFE 2010

REALIZAMOS A AVALIAÇÃO DA CFE 2010 NO DIA 06 DE ABRIL DE 2010

5 de abr. de 2010

O ANO CATEQUÉTICO

O ANO CATEQUÉTICO


Em sua mensagem aos catequistas, Dom Eugênio Rixen, Presidente da Comissão Episcopal para Animação Bíblico-Catequética da CNBB, destaca os preparativos para o Ano Catequético e a missão do catequista, que é “nutrir e manter acesa a chama da esperança e da fé, pedindo ao Senhor que permaneça nas famílias, nas comunidades, na Igreja-Comunhão, espaço privilegiado da partilha, onde todos se sentem família, membros de um só corpo, porque reconhecem o Cristo partido e repartido não somente na eucaristia, mas na vida dos irmãos e irmãs e que a Boa Nova chegue aos corações e desperte a solidariedade, a inclusão e a justiça.
Reconhecemos a importância deste ministério para a vida da Igreja; milhares de catequistas cumpriram e continuam cumprindo, com determinação e amor, a missão que Deus lhes confiou neste chão de Rondônia. Nas visitas pastorais constato que, mesmo nas comunidades mais distantes, sempre tem a catequese, mesmo que ninguém tenha feito algum curso ou participado de algum encontro. Sempre vai haver uma pessoa que acolhe a inspiração de Deus e começa a reunir os jovens e as crianças para educá-los na fé. Há comunidades que são verdadeiras expressões da catequese de adultos; favorecem uma educação da fé, ligada mais à vida da comunidade. Pela catequese a graça de Deus é acolhida, as mentes se abrem para a verdade do Evangelho, e os corações são motivados para a vivência fraterna (D.Valentim).
Existe uma verdadeira multidão de abnegados catequistas, que testemunham a gratuidade da fé, dom de Deus, não só pela maneira gratuita como eles mesmos desempenham seu ministério, mas, sobretudo, porque manifestam a força de Deus, que os envolve, e torna-os instrumentos da ação poderosa do Pai que continua atraindo todos para o seu Filho, a presença de Jesus que revela sua verdade, e a atuação do Espírito que vai suscitando a comunhão eclesial, reflexo da comunhão trinitária. É dentro desta dinâmica divina que o catequista se sente envolvido. Por isto ele se torna a mediação humana do encontro que Deus quer ter com cada pessoa. A verdadeira catequese precisa levar ao encontro pessoal com o Deus vivo, por meio de Jesus Cristo e na comunidade eclesial.
Um autêntica catequese ajudará a introduzir os catequizandos nos “lugares” conhecidos do encontro com Deus, como a leitura orante da palavra de Deus, o exercício da oração pessoal e comunitária, a experiência da participação na vida eclesial, a participação na Eucaristia e nos demais sacramentos, a prática da caridade fraterna e a vida moral coerente com o Reino de Deus anunciado por Jesus. Pela atuação dos catequistas, a opção religiosa não será somente consentimento intelectual às formulações doutrinárias, com risco de superficialidade ou de fanatismos, mas se tornará adesão pessoal, permeada de valores humanos e cristãos, que os catequistas transmitem por seu testemunho de vida.
Um texto bonito de liturgia na festa dos apóstolos diz assim: “Vossos amigos, Senhor, anunciam a glória do vosso nome!” Os discípulos são verdadeiros amigos de Jesus Cristo, que os introduz na intimidade com Deus. A catequese é ação dos verdadeiros amigos de Deus. A catequese eficaz leva à amizade com Deus. E leva a doar a vida pelos irmãos incondicionalmente.

CARTA DE DOM CLAÚDIO HUMMES AOS CATEQUISTAS
Ao dirigir-se aos catequistas do mundo inteiro, Dom Claúdio Hummes, afirma que na “América Latina e Central, ainda que não exclusivamente, existem catequistas assassinados por serem catequistas, isto é, testemunhas e anunciadores de Cristo e de uma verdade revolucionária: Deus ama o homem”.Além disso, existem catequistas mártires já beatificados. È um exército imponente presente no mundo inteiro, sempre em primeira linha. A Igreja lhes deve muitíssimo; o catequista é uma pessoa “capaz de cultivar relações de amor autênticas, e em um mundo freqüentemente sem esperança, alvo da violência e do egoísmo, cada gesto do catequista, cada sorriso, cada palavra, dever ser um testemunho de que o Senhor ama o homem”, acrescenta.
Por tudo isso, o catequista deve ser um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, uma pessoa que já encontrou Cristo, que fez uma escolha pessoal e comunitária por Cristo, uma pessoa em escuta e busca contínua de Cristo, orientada para Ele no coração da Igreja, fiel aos seus ensinamentos. É fundamental que o catequista tenha uma formação suficiente para a sua missão, adaptando-se à região em que está vivendo, consciente que é necessário transmitir a catequese em sua integridade e não somente uma parte. Este é o seu conselho aos catequistas: “Fazer que entendam que Deus nos ama”; devemos repetir de que Deus nos ama. Só seremos capazes de amar a Deus se antes tivermos a experiência de que Ele nos ama.
O ANO CATEQUÉTICO E O 12° INTERECLESIAL DE CEB’S
Neste dia dos Catequistas, convocamos todos os catequistas a concentrarem seus esforços na preparação dos grandes eventos de 2009: a realização do 12° Intereclesial das Cebs – 21 a 25 de julho em Porto Velho -, conclusão do ano paulino (junho 2009) e a Celebração do Ano Catequético, que culminará com a 3ª Semana Brasileira de Catequese de 06 a 11 de outubro de 2009, que tem como tema: “Catequese, caminho para o discipulado e lema: “Nosso coração arde, quando ele fala, explica as escrituras e parte o pão” (Lc 24,13-35).
O texto-base está centrado na iniciação à vida cristã, no discipulado missionário, à luz do itinerário dos discípulos de Emáus (Lc 24,13-35). Fortalece a unidade entre fé e vida nas Cebs:” “Nas comunidades eclesiais de base se desenvolve uma catequese fecunda, através do clima fraterno, como ambiente adequado para uma ação catequética integral” . (TB 126 f)
O Ano Catequético tem como objetivo dar novo impulso à catequese como serviço eclesial, caminho para o discipulado, seguimento e missão, recuperando a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé capaz de atingir a todos, não somente as crianças, adolescentes, jovens, mas especialmente aos adultos e que se constitua num itinerário catequético permanente (DA 298). A sociedade sofreu mudanças rápidas e profundas, o pluralismo religioso, a secularização, a banalização do sagrado e dos valores evangélicos, o subjetivismo. Estes desafios necessitam ser assumidos pela Igreja com seriedade e zelo pastoral, por isso, o eixo norteador de todas as atividades sugeridas para o Ano Catequético estão direcionadas à formação para o discipulado numa Igreja que prioriza a Iniciação à Vida Cristã em vista da missão e do Reino da Vida.
Como se insere no processo de recepção do Documento de aparecida e das Novas Diretrizes e demais eventos eclesiais, o Ano Catequético vai impulsionar e dinamizar toda a caminhada pastoral da Igreja.

Dom Moacyr Grechi

A matéria que segue foi publicada no Jornal “Estadão”, edição de domingo 31/08/2008, de autoria do arcebispo Dom Moacyr Grechi de Porto Velho-RO. O texto reflete a vocação e missão do catequista. E ainda a importância que o evento do Ano Catequético esteja em consonância com os demais eventos eclesiais, de modo especial, com o 12° Intereclesial de CEB”S. Isso vem confirmar um dos principais objetivos do evento, que não se restringe somente a catequese, mas que é para TODA A IGREJA.

O SABER DO CATEQUISTA: PREPARAR-SE PARA SERVIR
“O momento histórico em que vivemos ... exige dos evangelizadores preparo, qualificação e atualização. Qualquer atividade pastoral que não conte, para a sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade”.
(Diretório Geral de Catequese - DGC, nº 234)


O Diretório Nacional de Catequese (DNC) cita estas palavras do DGC quando fala da importância da formação inicial e permanente de catequistas, tendo em vista o exercício de sua missão (ver DNC, nº 252).
A formação de catequistas é um instrumento valioso na preparação de pessoas para o ministério catequético, pois lhes dá segurança no anúncio do Evangelho. Além disso, o/a catequista cresce e se realiza como pessoa, assumindo sua missão com alegria e satisfação. A qualidade de sua ação pastoral também é aprimorada, dinamizando suas atividades.
É por isso que muitas/os catequistas estão participando das Escolas Bíblico-Catequéticas regionais, diocesanas e paroquiais. Também temos cursos de pós-graduação na área catequética em algumas partes de nosso país, onde várias pessoas aprofundam seus conhecimentos. Isto revela o amor e a dedicação de milhares de catequistas que generosamente investem tempo e dinheiro para melhor servir o Povo de Deus.
O DGC insiste em três aspectos do conhecimento que são importantes no exercício do ministério catequético: 1. a mensagem a ser transmitida; 2. o interlocutor que recebe a mensagem; 3. o contexto social em que vivemos.
A mensagem
“A mensagem é mais que doutrina, pois ela não se limita a propor idéias. A mensagem é vida” (João Paulo II, citado no DNC 97). A mensagem catequética faz ecoar a mensagem de Jesus, que nos comunicou o mistério da Santíssima Trindade, Deus-Comunhão(ver DNC 100). O centro da mensagem catequética é anunciar que “a salvação é oferecida a todas as pessoas, como dom da graça e da misericórdia de Deus” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi 27a).
O DNC nos apresenta alguns critérios para anunciar esta mensagem: Em primeiro lugar está a centralidade da pessoa de Jesus Cristo, depois vem a valorização da dignidade humana, o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus, o caráter eclesial da mensagem, a exigência da inculturação e, por fim, a hierarquia das verdades da fé (ver DNC 105). Importante ressaltar que a fonte da mensagem a ser anunciada encontra-se na Palavra de Deus transmitida na Tradição e na Escritura. “A Igreja quer que em todo ministério da Palavra, a Sagrada Escritura tenha uma posição pró-eminente” (DGC 127).
O interlocutor
Em vez de falar de “destinatário”, o DNC prefere usar “interlocutor”, já que o catequizando interage no processo catequético (ver DNC, cap. 6). Além de levar em consideração as diferentes etapas da vida humana (idosa, adulta, juvenil, adolescente, infantil), faz-se necessário não esquecer a catequese na diversidade, que inclui os grupos indígenas, afro-brasileiros, as pessoas com deficiência, os marginalizados e excluídos, as pessoas em situações canonicamente irregulares. Ainda devem ser tidos em conta os grupos diferenciados (profissionais liberais, artistas, universitários, migrantes...), os diversos ambientes (rural e urbano), o contexto sócio-religioso (pluralismo cultural e religioso, a religiosidade popular, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso, os recentes movimentos religiosos), e o contexto sócio-cultural (inculturação, comunicação e linguagem) para que possamos alcançar a todos.
O contexto social
O parágrafo 86 do DNC cita a Constituição do Vaticano II, Gaudium et Spes 1: “as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”. Portanto, a vida humana e tudo aquilo que a envolve faz parte do anúncio catequético, que não pode ignorar o mundo em que vivemos.
O que um/a catequista precisa conhecer?
Levando em consideração a mensagem, o interlocutor e o contexto social, o DNC (nº 269) apresenta os conteúdos que um/a catequista precisa conhecer para desempenhar com qualidade e segurança seu ministério:
a) a Palavra de Deus, fonte da catequese: “A Sagrada Escritura deverá ser a alma da formação”;
b) o núcleo básico da nossa fé: as quatro colunas (credo, sacramentos, mandamentos/bem-aventuranças, pai-nosso);
c) as ciências humanas, de modo especial um pouco de pedagogia e psicologia;
d) o Catecismo da Igreja e os documentos catequéticos (Catequese Renovada, Catechesi Tradendae, DGC, DNC...);
e) a pluralidade cultural e religiosa: educação para o diálogo com o diferente;
f) os acontecimentos da história: descoberta dos sinais e dos desígnios de Deus;
g) a realidade local: história, festas e desafios do lugar em que se vive;
h) os fundamentos teológicos da ação pastoral: rosto misericordioso, profético, ministerial, comunitário, ecumênico, celebrativo e missionário.
O saber não é algo isolado, mas está em estreita conexão com o ser (pessoa) e o saber fazer (metodologia) do catequista.
Um/a catequista bem preparado/a será capaz de formar discípulos de Jesus comprometidos com a causa do Evangelho e do Reino: vida plena para todos. Isto inclui todas as dimensões da vida humana, que precisam ser fecundadas pela semente do Evangelho. A formação é o espaço que temos para nos tornar “adultos na fé rumo à maturidade em Cristo”.
Pe. Videlson Teles de Meneses
Assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral
para a Animação Bíblico-Catequética
O “Saber Fazer” na Catequese
O capítulo quinto do Diretório Nacional de Catequese, ao tratar da Catequese como educação na fé, começa falando da pedagogia, do “saber fazer” do próprio Deus. E diz: “Deus, como educador da fé, se comunica através dos acontecimentos da vida de seu povo... Sua pedagogia parte da realidade das pessoas” (DNC 139).
Sabe da vida quem presta atenção nos fatos e nas pessoas. Um(a) catequista desligado do mundo não estaria em condições de usar uma pedagogia que responda às necessidades de seu tempo e de seus interlocutores, mesmo que tivesse um grande conhecimento teórico da tradição, dos mistérios da fé e das próprias disciplinas da educação em geral.
Combinando bem com esse fio condutor inicial, o DNC lembra algo que parece óbvio, mas que tem sido esquecido em muitas situações: “Em vez de ir fornecendo respostas, teríamos que ouvir as perguntas que os catequizandos já trazem...” (DNC 165). Um encontro catequético, mesmo bem preparado, pode ser resposta a perguntas que ninguém fez nem está interessado em fazer, se antes não estivermos abertos à escuta das pessoas e da nossa realidade. São as inquietações e perguntas das pessoas que abrem a mente e o coração para a resposta religiosa. Mas a pergunta vem primeiro. Mesmo que sejam perguntas tão profundas que não têm resposta imediata, são elas que mantêm aberto o caminho da busca, onde Deus se revela. Saber escutar pessoas faz parte do indispensável acolhimento, sem o qual a Igreja não consegue se tornar atraente e capaz de cumprir sua missão. Mas o/a catequista não precisa só saber escutar individualmente quem está a seus cuidados. É preciso saber escutar o mundo em volta, o universo da comunicação, o momento histórico e a vida da comunidade. Falamos muito em comunicação moderna. Então se diz que a Igreja precisa se expressar via internet, ou na TV. Se ela fizer isso com competência, será muito bom, é claro. Mas estar em dia com a comunicação moderna não é só – e a meu ver nem principalmente – “dar o nosso recado” através dos variados recursos da mídia. É também saber ouvir o que está sendo dito no cinema, nas histórias em quadrinho, na TV, na obra dos grandes poetas e romancistas, na música popular, na fala de jornalistas competentes. A familiaridade com os temas e linguagens aí apresentados dá à catequese abordagens que prendem o interesse e podem facilitar o caminho para a apresentação da proposta evangelizadora. O DNC dá uma orientação que poderia ser bem mais desenvolvida na formação dos/as catequistas: “Os bons artistas têm o dom de expressar de forma impactante a experiência humana. A catequese pode aproveitar o talento desses parceiros” (DNC 165).
Há muitas oportunidades para a catequese aprofundar o seu “saber fazer” dentro do próprio ambiente eclesial. Uma comunidade que viva uma verdadeira comunhão e estimule a criatividade dentro da fidelidade ao essencial da mensagem será uma permanente escola de metodologia. O nosso conhecido método ver-julgar-agir-celebrar- rever, mesmo não sendo o único caminho possível, tem uma enorme capacidade de educar o/a próprio/a catequista, ajudando a fazer a interação fé e vida e convidando a um olhar mais atento sobre o que nos cerca. A recíproca também pode ser verdadeira: o comportamento da comunidade inspira o agir dos catequistas e o agir dos catequistas vai transformando também pedagogicamente a comunidade na direção da comunhão, do diálogo, da compreensão da situação vital de cada pessoa, da sensibilidade para a necessária transformação social.
Mas Igreja e sociedade não são dois mundos isolados. Descobrem-se bons modos de fazer catequese ouvindo a própria Igreja (e nossos documentos estão cheios de preciosas indicações) e também ouvindo o mundo secular, conhecendo experiências pedagógicas bem sucedidas, aplicando conhecimentos de ciências humanas. Por isso, o DNC observa: “Um catequista que gosta de aprender, também fora do âmbito da Igreja, será mais criativo e terá mais recursos para dar conta da sua missão” (DNC 151).
Alguém poderia perguntar: Não estaremos exigindo demais desse exército de catequistas que já é tão dedicado e tão gratuitamente generoso? Seria realmente pedir demais, se o primeiro beneficiário desse processo não fosse o/a próprio/a catequista. Uma pessoa empolgada pelo permanente aperfeiçoamento do seu “saber fazer” catequético vai se tornar mais competente na vida como um todo, vai crescer mais do que a acomodação permitiria. E isso é um grande prêmio, que os nossos catequistas bem merecem!

Therezinha Motta Lima da Cruz
Membro do Grupo de Reflexão Catequética (GRECAT) da CNBB
e colaboradora do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC)

ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA

ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA


“Não estava ardendo nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32)


Segundo Lucas, através da experiência dos Discípulos de Emaús, Jesus se coloca como aquele que sempre caminha no meio dos homens a fim de solidarizar-se com as dificuldades de todos os homens e mulheres. Essa, verdadeiramente é uma ação missionária, pois não basta anunciar é preciso também sempre caminhar junto.
Ao refletir a caminhada dos discípulos de Emaús podemos identificar três características de grande importância:
1. a presença de Jesus ressuscitado que continua caminhando entre os homens;
2. a presença de Jesus através do anuncio das Sagradas Escrituras;
3. sua presença na celebração Eucarística, relembrando o dom da sua vida e, ao mesmo tempo, enfatizando a importância da partilha e da fraternidade.
“[...] ao evangelizar a Igreja não se anuncia a si mesma: ao celebrar na história a memória da nova Páscoa, ela indica em meta futura, julga o presente e comunica aos homens a força da esperança.” [1]
Teologia da missão
Fundamentalmente do cristianismo é a Teologia da Missão porque fala sobre a caminhada e o crescimento do Reino de Deus entre os povos, igrejas e religiões. Todavia, tem o objetivo de fazer com que todas as pessoas participem do “Banquete da vida” do Reino de Deus na história e na eternidade. Assim sendo, cada grupo ou nação é convidada a participar num agir pessoal e coletivo do crescimento do Reino de Deus com atitudes de fé, esperança e caridade.
Segundo Comblin, o objetivo da missão é a participação de cada pessoa e da humanidade tomada como corpo na caminhada do reino de Deus. Atendendo ao supremo mandato missionário de Jesus, a Igreja nascente partiu para a missão e este mandamento atravessa os tempos e chega até nós e, como ardorosos portadores, é nossa tarefa e desafio ser missionário no mundo atual.
Frente à necessidade de responder tal desafio missionário, é a partir do Vaticano II que vamos obter uma melhor visão da importância da vida como missão. A missão da Igreja é anunciar, proclamar o evangelho, mas também trabalhar para esse advento, pois Jesus não veio anunciar um milagre e sim a chegada de uma era nova em que os próprios pobres, animados pelo Espírito de Deus, poderiam recuperar a vida, a liberdade e a dignidade humana. Por essas razões é que a missão se dirige ao pobre.
Em vista do conceito de Igreja como povo de Deus, o Vaticano II iniciou processos eclesiológicos e pastorais para não se fixar a territórios geográficos. Prova dessa realidade é a missão inter ad gentes, que deixara de ser ad gentes, devido o contexto do pluralismo religioso da Ásia, por ser um contexto de diálogo com as religiões, as culturas e os pobres. Mas, para a América Latina e o Caribe, que passou por um aprofundamento na leitura bíblica e pela renovação de Medellín, Puebla e santo Domingo, missão ad gentes significa seguir Jesus, convocar seus destinatários preferenciais, os pobres, e enviá-los como protagonistas de seu Reino.


Eclesiam Suan
Os caminhos da Igreja
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Nesta primeira encíclica, Paulo VI mostra um pouco de perfil de como será o seu pontificado, coloca parâmetros para toda Igreja universal. Com as palavras de irmão e pai, o papa manifesta alguns pensamentos de ordem prática ao iniciar seu ministério petrino.
Nos diz o Santo padre, que não se pode ignorar o estado em que se encontra hoje a humanidade. Lembremos, portanto, que Paulo VI foi eleito em pleno Concilio Ecumênico Vaticano II. O papa então se importa com a salvação da sociedade humana e, ao mesmo tempo, quanto a Igreja tem feito para que ambas se encontrem, conheçam e amem.
Paulo VI não tem nessa encíclica dizer coisas novas, nem completas, pois para isso está o Concilio Ecumênico. O objetivo desta encíclica está no desejo do papa de cumprir de abrir nossa alma, com a intenção de dar maior coisas e maior alegria à comunhão de fé e de caridade, que reina felizmente entre nós. O papa ainda pretende imprimir um vigor renovado em seu ministério, contribuir para o bom êxito da doutrina.

Tríplice empenho da Igreja
O primeiro pensamento salienta o papa, é que vivamos a hora de a Igreja aprofundar a consciência de si mesma, meditar sobre seu mistério, investigar para a instrução e edificação da doutrina, que já lhe é conhecida e foi elaborada e difundida de modo especial neste último século, sobre sua origem, natureza, missão e destino.
Segundo ponto é o da consciência esclarecidas e ativas, que nasce o desejo espontâneo de comparar a imagem ideal da Igreja, qual Cristo a viu, quis e amou como sua esposa santa e Imaculada (Ef 5, 27), de a comparar, dizemos, com rosto que ela apresenta hoje. Seu fundador imprimiu traços nela e o Espírito Santo vivificou, ampliou e aperfeiçoou no decorrer dos séculos, tornado a Igreja mais fiel ao conceito inicial e, por outro lado, mais ajustada à índole da humanidade que ela ia evangelizando e incorporando a si.
O terceiro pensamento se dá no diálogo entre Igreja e o mundo moderno, problema cuja apresentação, na sua amplitude e complexidade, cabe ao Concilio, como também o esforço para resolver da melhor maneira possível.

Zelo assíduo e ilimitado pela paz
É necessário, hoje, ter maior consciência de nossa missão cristã no mundo, onde o objetivo inclui tornar os homens irmãos, porque o Reino é de justiça e paz. Esta reflexão, seguida do papa, abrange o modo escolhido por Deus, para revelar aos homens e para estabelecer com eles aquelas relações religiosas de que a Igreja é instrumento e expressão.
O papa nos convida a um ato de fé viva, profunda e consciente em Jesus Cristo, nosso Senhor. Esse momento em nossa vida deveria caracterizar-se por esta profissão de fé convicta, ainda que sempre humilde e ansiosa semelhante a que nos transmite o evangelho.
Portanto, o papa Paulo VI, diz que a Igreja precisa viver sua própria vocação, ou seja, ela precisa refletir sobre si mesma, deve aprender a conhecer-se melhor se quiser realizar a própria vocação e oferecer ao mundo sua mensagem de fraternidade e salvação.

Igreja e modernidade
Para poder conhecer-se melhor ela precisa experimentar Cristo em si mesma, pois a Igreja está mergulhada na humanidade. Ora, é sabido que a humanidade no tempo atual está em vias de grandes transformações.
O pensamento, a cultura e o espírito sofrem modificações profundas e tudo isso envolve e sacode a Igreja. Para nos imunizarmos desse perigo ameaçador e múltiplo, parece-nos que é obvio aprofundarmos o conhecimento que temos da Igreja, pois esta é iluminada e guiada pelo espírito Santo.
A necessidade de refletir sobre coisas já conhecidas é característica do homem moderno. Não que dizer que este hábito se encontre imune de Perigos Graves, mas habituar-se a buscar a verdade, que se reflete na própria consciência não deixa de ser muito apreciável e hoje praticado como expressão requintada da cultura moderna.
É sabido que a Igreja se lançou nestes últimos tempos a estudar-se melhor a si mesma. A partir do Concilio de Trento, que fez o possível por reparar as conseqüências da crise que afastou tanto os cristãos no século XVI, a doutrina sobre a Igreja contou notáveis progressos. No Concilio Ecumênico Vaticano I compreendemos como o estudo sobre a Igreja é importante. Esse tema é fase obrigatória no caminho do conhecimento de Cristo e de toda sua obra. Tanto que o Concilio Ecumênico Vaticano II não passa de uma continuação e complemento do I. também não podemos deixar de nomear com honra dois documentos, a encíclica “Satis Cognitum” do Papa Leão XIII (1896) e o “Mistici Corporis” do papa Pio XII (1943). Ambos nos oferecem doutrina abundante e luminosa sobre a instituição divina pela qual, Cristo prolonga no mundo sua obra de Salvação.
Cada vez mais instruídos na ciência do corpo místico, apreciaremos melhores os sentidos divinos que encerra, fortificando ao mesmo tempo, as nossas almas de modo incomparável e dispondo-nos cada vez melhor para a correspondência aos deveres da nossa missão e as necessidades dos homens. Temos esperança que a obra do Concilio será continuada e levada a bom termo com tal docilidade às suas inspirações divinas com grande esforço para tornar as verdades divinas, não em espada para dividir os espíritos, mas laço para unir e os levar a maior clareza e concórdia a glória de Deus, alegria da Igreja e edificação do mundo. Não podemos deixar de aludir aos grandes frutos que a Igreja deve realizar para conseguir consciência mais plena e vigorosa de si mesma.
O primeiro fruto da tomada de consciência da Igreja, quanto a si mesma é sua relação vital com Cristo, pois é o Cristo que vive na sua Igreja, que por ela ensina, governa e confere a santidade, é também Cristo quem se manifesta de vários modos com os membros de sua sociedade (AAS; 35, 1943, p. 238).
O batizado deve, sobretudo, apreciar conscientemente a sua elevação. A nova geração que o recebe e o eleva incomparável realidade de filho adotivo de Deus. Ser cristão não deve parecer-nos coisa indiferente ou desatendível, deve ser uma iluminação, filho da luz para a visão de deus, fonte de eterna felicidade.
A Igreja deve-se ir aperfeiçoando sempre na expressão real, na sua existência terrestre. Não pode ficar imóvel e indiferente entre as mudanças do mundo que a cerca. Ela não está separada do mundo, vive nele. A vida cristã deve não só adaptar-se às formas do pensamento e da moral, mas deve procurar aproximá-los, purificá-los, vivificá-los e santificá-los. Por isso que é providencial a celebração do Concilio. Ele desperta nos pastores e nos fiéis o desejo de conservar o caráter e robustecer na vida cristã seu caráter de autenticidade sobrenatural. Abre à santidade novos caminhos. Incita o amor a tornar-se fecundo, provocando novas arrancadas de virtude e de heroísmo cristão.

Culto a Maria, diálogo e salvação: uma plenitude cristã
O culto à Maria se é um gesto transformador por manifestar a profunda plenitude cristã, “é abençoada, mais doce e mais humilde, a imaculada, a que tocou o privilégio de oferecer ao Verbo de Deus um corpo humano na sua primitiva e inocente beleza, nós quisemos, na nossa peregrinação a Terra Santa”, que Ela nos ensinasse a autenticidade cristã.
Partindo da autenticidade cristã, a exemplo de Maria, a “Igreja adquire cada vez mais clara a consciência de si e procura modelar-se em conformidade com o tipo proposto por Cristo”. Todavia, o Evangelho põe-nos diante dos olhos esta distinção quando nos fala do “mundo, isto é, da humanidade como oposta à luz da fé e ao dom da graça”.
Frente à questão do diálogo, entre a diversidade da vida cristã e a vida profana, deriva também da justificação real, efetiva e da Constancia que dela adquirimos. Somos justificados pela nossa participação ao mistério pascal. A pedagogia cristã deverá recordar sempre ao discípulo dos nossos tempos, esta sua condição privilegiada e o conseqüente dever de estar no mundo sem ser do mundo.
Na missão a ser cumprida está o dever da evangelização, é o mandato missionário, é o dever do apostolado. A Igreja deve entrar em diálogo com o mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, faz-se mensagem, faz-se colóquio.
É preciso que tenhamos sempre presente esta inefável e realíssima relação de diálogo, que Deus Pai nos propõe e estabelece conosco por meio de Cristo no Espírito Santo, para entendermos a relação que nós, isto é, a Igreja, deve procurar restabelecer e promover coma humanidade. O diálogo da salvação partiu da caridade, da bondade divina: “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho Unigênito” (Jô 3,16).
O diálogo da salvação não obrigou fisicamente ninguém a responder: foi pedida insistentemente de amor que, se constituiu responsabilidade tremenda naqueles a quem foi dirigido (cf. Mt 12,38ss), contudo deixou-nos livres para responder ou fechar os ouvidos. Assim também a nossa missão, ainda que seja anuncio de verdade indiscutível e de salvação necessária, não se apresentará armada de coação externa, mas oferecerá o seu dom salvífico só pelas vias legitimas da educação humana.


O evangelho Anunciado: diálogo da salvação
Diante das relações Igreja e mundo, percebemos que o diálogo ficou ao alcance de todos. Essa relação Igreja com o mundo, sem excluir outras formas legitimas, se apresenta melhor pelo diálogo no qual se dá o sacro e o profano; o dinamismo transformador da sociedade moderna; o pluralismo das suas manifestações; e também a maturidade do homem, tanto religioso como não religioso habilitado pela educação profana a pensar, falar e manter com dignidade o diálogo.
Quem experimenta o dialogo prova da responsabilidade do mandato do anuncio apostólico. Esse “Dialogo da Salvação”, supõe e exige compreensibilidade que é transfusão, mansidão: não é orgulho; não é pungente; não é ofensivo. O diálogo é pacifico, paciente e é generoso. É a confiança e a prudência pedagógica, no qual, entabulado, realiza-se a união da verdade e da caridade, da inteligência e do amor.
O clima do “Diálogo da Salvação” é a amizade; melhor o serviço pelo qual não pode ser fraqueza nos compromissos com a nossa fé. A dialética desse exercício de pensamento e de paciência far-nos-á descobrir elementos de verdade, mesmo nas opiniões alheias, onde descobriremos que são múltiplas as formas do diálogo da salvação. Assim sendo, a Igreja Católica deve hoje assumir com renovado fervor, diante do evangelho anunciado, levando o diálogo da salvação, estando pronta a manter contato com todos os homens de boa vontade, dentro e fora de seu próprio âmbito.
Por isso a Igreja tem uma mensagem para cada categoria de homem: para as crianças, a juventude, os homens da ciência e de pensamento, o mundo do trabalho e as várias classes sociais, os artistas, os políticos e os governantes, especialmente para os pobres, os deserdados, os que sofrem, e até para os moribundos; para todos.

Testemunho de Amor
A Igreja do silêncio cala-se falando apenas com o seu sofrimento fazendo companhia a uma sociedade deprimida, dominada pelos que lhe impõe a sorte. O silêncio da Igreja torna-se um testemunho que nem a morte pode tomar. Entretanto, neste silêncio se faz firme, em seu testemunho de defesa da religião e dos valores humanos que proclama e defende.
Um sonho de justiça e de progresso a serviço de finalidades sociais divinizadas tomam um lugar especial na Igreja em combate àqueles que querem reduzir a religião simplesmente 34à razão. Recordando João XXIII, afirma que “as doutrinas de tais movimentos, uma vez elaboradas e definidas, se mantém sempre a mesma, mas que os movimentos não podem deixar de evoluir nem de subtrair-se a mudanças mesmo profundas”. Sendo assim, não podemos perder a esperança de que eles venham um dia a entabular a reconhecer a posição da Igreja.

Diálogo e Paz
Não podemos apartar os nossos olhos do mundo contemporâneo, sem formular o propósito de cultivar nosso diálogo para que venha a contribuir pela paz entre os homens. Esta abertura para o diálogo pesa por si em favor duma paz livre e honesta. Assim se difundirão em todas as instituições e em todos os espíritos o sentido, o gosto e o dever da paz.

Os crentes em Deus
Tratando dos homens que adoram o Deus único, faz memória do povo hebraico e dos muçulmanos, bem como as religiões afro-asiáticas. Entretanto, afirma que, por dever e lealdade, devemos manifestar que estamos certíssimos que uma só é a religião verdadeira, a cristã. Neste sentido, não podemos de deixar de reconhecer os valores espirituais e morais destas religiões, pois se baseando nestes interesses comuns, o diálogo é possível e não deixaremos de propor num clima de respeito recíproco e leal. Assim, sem deixar de alimentar a esperança de que venham a reconhecer como tal, todos os que procuram e adoram a Deus.


Os irmãos separados
Propõem colocar em evidência primeiramente o que nos é comum, antes de insistirmos no que nos divide. Mas devemos dizer que não podemos transigir sobre a integridade da fé e as exigências da caridade. A Igreja católica não deixará, na oração e na penitencia, de tornar-se idônea e digna para a desejada reconciliação.
Um pensamento a esse respeito é quanto ao Primado de Pedro, sua honra e jurisdição, entregue por Cristo ao Apóstolo e nossa herança. Sem papa a Igreja Católica não seria o que é, mas por que, faltando na Igreja de Cristo à autoridade pastoral suprema, eficaz e decisiva, a unidade se arruinaria, e em vão se procuraria depois refazê-la.

O diálogo na Igreja Católica
Trata do diálogo entre os católicos cristãos, em que a Igreja é “mãe e cabeça”. Convida os filhos da casa de Deus, a Igreja una, santa, católica e apostólica encontrar o prazer no diálogo doméstico.
Seu desejo é que as relações interiores da Igreja se caracterizem pelo tom próprio do diálogo, entre membros de um corpo cujo principio constitutivo é caridade. Não dispensa a prática da virtude de obediência à constituição hierárquica da autoridade.
Por obediência expressa em forma de diálogo, entendemos o exercício da autoridade e da caridade. O espírito de independência, de crítica e rebelião concorda mal com o amor que anima a solidariedade, a concórdia e a paz na Igreja.
Enfim, que o diálogo interior, dentro da comunidade eclesiástica, desperte novo entusiasmo, multiplique assuntos e interlocutores, de modo que aumente o vigor e a santidade do Corpo Místico, terreno, de Cristo.


CONSIDERAÇÕES PARA UMA RENOVAÇÃO EFICAZ DA VIDA ECLESIAL

O Concílio tem o propósito de favorecer uma reforma para infundir novo vigor espiritual ao Corpo Místico de Cristo, como organização visível, purificando-o dos defeitos de muitos dos seus membros e estimulando-o a novas virtudes. Obviamente, essa reforma não pode abarcar nem o conceito essencial nem as estruturas fundamentais da Igreja católica, mas deve ser entendida como confirmação no esforço para mantermos na Igreja a fisionomia que lhe imprimiu Cristo, mais ainda, no esforço para a reconduzir sempre à sua forma perfeita.
Ao contrário do que muitos poderiam pensar, a renovação da Igreja não deve consistir exclusivamente na adaptação dos seus sentimentos e costumes aos do mundo, o qual está permeado de naturalismo e relativismo. Este último, por exemplo, tudo justifica e afirma que tudo é do mesmo valor, impugnando assim o caráter absoluto dos princípios cristãos. Como sabemos a Igreja não pode fugir da máxima evangélica: estar no mundo, mas não ser do mundo, o que não significa que a intenção da Igreja é permanecer imóvel na história. Pelo contrário, ela deve buscar sempre uma “atualização”.
O Concílio entende que as normas eclesiásticas poder-se-ão tornar mais praticáveis pela simplificação de alguns preceitos e pela maior confiança que a Igreja mostre na liberdade do cristão de hoje, mais instruído nos seus deveres, mais adulto e mais ponderado na escolha dos meios para os cumprir. Mas não podem deixar de manter-se na sua exigência essencial. A Igreja, por sua vez, deve sempre estar consciente de que tudo lhe há de vir da correspondência à graça divina, da fidelidade ao Evangelho do Senhor, da sua coesão hierárquica e comunitária. E o cristão não pode ser considerado mole nem covarde, mas forte e fiel.
Essa renovação eficaz da vida eclesial não abre mão de dois pontos primordiais do evangelho: o espírito de pobreza e o espírito de caridade. Em relação ao primeiro, o Concílio espera que os bispos indiquem como se devem propor à vida da Igreja os critérios diretivos que devem fundar a confiança mais na ajuda de Deus e nos bens do espírito do que nos meios temporais, recordando a sua primazia sobre os bens econômicos e também que se deve limitar e subordinar a posse e uso destes ao que for útil para o conveniente exercício da missão apostólica.
Quanto ao espírito de caridade, não precisamos ressaltar o quanto ele é fundamental e que deve sempre ocupar o primeiro lugar, o mais alto na escala dos valores religiosos e morais, não só na estimativa, mas também na prática da vida cristã, pois não se trata apenas da caridade para com Deus, mas também para com o próximo. No espírito da reforma eclesial é conveniente dizer que a caridade tudo explica, tudo inspira, tudo torna possível e tudo renova.

Texto organizado por Francisco Semplício Pires, Diácono transitório da Diocese de Santo André.
_____________________________________________________________________
[1] Bruno Forte. Na memória do salvador, pg. 164.

FELIZ PÁSCOA

À Vítima pascal
ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto,
vive e reina o Autor da vida
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso, tende piedade de nós.

Escritor português não católico defende a Igreja e o PapaEscritor


O artigo abaixo é de Artur Rosa Teixeira, escritor português não católico. Otexto foi publicado ainda no site doPravda, jornal russo, outrora porta-vozdo comunismo mundial. Não subscrevo todas as posições do autor, maspareceu-me muito razoável no conjunto. A Providência sempre a nossurpreender e a nos consolar nesta hora tenebrosa.QUANDO SE CONFUNDE A ÁRVORE

COM A FLORESTA


Muitas das notícias que nos chegam, no seu afã de propaganda ideológicaencapotada, contêm o erro fundamental de confundir a árvore com afloresta... sobretudo quando o objectivo é denegrir.Ou seja, a partir de um caso isolado, de preferência de contornosescabrosos, generaliza-se de forma a induzir o leitor a pensar que todo oconjunto é da mesma natureza. Tal generalização obviamente tem conotaçõesideológicas e obedece a uma agenda política que visa desconstruir aSociedade Tradicional e todas as suas instituições seculares para impor umaNova Ordem Mundial à feição dos sinistros interesses da OligarquiaInternacional, a mesma que manobra os mercados financeiros e através destes,controla em grande parte a Economia Planetária. Referimo-nos aos casos dePedofilia no seu seio da Igreja Católica recentemente mediatizados pelasAgências Internacionais de Notícias.De facto as recentes notícias de Pedofilia, que envolve sacerdotescatólicos, têm contornos de uma campanha de ataque à hierarquia Católica,muito para além da objectividade informativa que a deontologia jornalísticaimpõe, independentemente da sua gravidade moral. Tais notícias suscitamdesconfiança sobre a sua "bondade" até entre os não católicos como nós.Embora discordando da doutrina da ICAR, em alguns aspectos, reconhecemos noentanto a importância capital do seu papel na nossa História, na defesa dosvalores éticos que enformam a nossa cultura judaico-cristã e a sua acçãosocial meritória em prol daqueles que têm sido vítimas da usura e daganância da Oligarquia Internacional, que é afinal a mais interessada emdestruir o Catolicismo e a Religião em geral, já que constituem um obstáculosério à consecução do seu objectivo final, que é o de reduzir a Humanidade àcondição de escravos robotizados.Ressalvamos, antes que nos confundam estar a defender a Pedofilia, que aofazermos a defesa da Igreja Católica não estamos a justificar a acçãoignominiosa de homens que esqueceram de todo a sua mais elementar obrigaçãode sacerdotes, o respeito pelo próximo, sobretudo o mais fraco, como é acriança órfã, carente do afecto de uma verdadeira família.Um dos aspectos que nos leva a desconfiar da "boa vontade" destas notícias éo facto de focalizarem em exclusivo os casos de Pedofilia de clérigoscatólicos, quando se sabe que este vício é transversal à sociedade.Encontramo-lo em todos estratos sociais e até nas famílias. O pedófilo é emprincípio muito próximo da vítima e da sua confiança, ou seja, não é umestranho... podendo ser até um pai, um tio, etc. Quando se argumenta que ospadres devido ao celibato a que estão obrigados são mais propensos àpederastia, como insistentemente se procura justificar a tentação dos abusossexuais, esquece-se que o pederasta nem sempre é solteiro e muitas vezes étido como "bom" chefe de família, portanto uma pessoa aparentemente normal.Outro detalhe que indicia que está em marcha uma campanha de desmoralizaçãoda ICAR, é o facto das notícias sobre a Pedofilia no seu seio surgirem comocogumelos que nascem a cada manhã, confundindo-se o número das vítimas com odos pedófilos, parecendo que estes são tantos como um exame de abelha...Quase a totalidade da hierarquia católica... Evidentemente que isto nãodesculpabiliza os autores dos abusos sexuais. Na verdade as vítimas sãomuitas, porém os abusadores denunciados não passam de uma diminuta minoria.Do mal, melhor... Até se tivermos em linha de conta a estatística nos USA, onúmero de vítimas nas instituições católicas comparada com as restantes,nomeadamente no ambiente escolar civil, é muito superior, uma proporção de157 para 1, num espaço de tempo de 52 anos, de 1950 a 2002. É obra, não? Taldesproporção mostra por outro lado, no caso norte-americano, como aPederastia é um fenómeno social extensivo, ou seja, não se restringe a umsector específico da sociedade.O caso da Casa Pia de Lisboa é também ilustrativo quanto à tipificação dopedófilo. Este orfanato do Estado Português, fundado nos finais do SéculoXVIII, pelo Intendente da Polícia Pina Manique, homem da confiança doMarquês de Pombal, com um processo de Pedofilia a decorrer, reúne maisarguidos suspeitos de abusos sexuais a menores que todos os casosmencionados recentemente na "mídia" para denegrir a imagem da ICAR. Estãoindiciados pelo Ministério Público dez arguidos, incluindo uma cúmplice.Contudo há quem diga que a "farra sexual" naquele instituto envolve muitomais gente e bem graúda, uma vez que remonta há década de 80 do séculopassado e muitas das vítimas, hoje adultos, não estão dispostos a passarpelo tormento dos inquéritos policiais e menos ainda pela vergonha pública aque têm sido sujeitos os "putos casa pianos" directamente envolvidos noprocesso. Há a ressaltar, em abono da verdade, que nem todas as acusaçõesserão genuínas. Há quem se aproveite para extorquir dinheiro. Daí talvez a dificuldade de se apurar até onde vai a verdadee começa a mentira... quer de um lado, quer do outro. Acresce referir queproblemas de sexualidade, como a sodomia e outros, sempre ocorreram emcolégios internos, inclusive entre os internos, embora sejam severamentereprimidos, deixando marcas indeléveis para o resto da vida.A fúria anticlerical do lobby laicista vai ao ponto de ressuscitar velhoscasos como o do padre Lawrence Murphy, que remonta a 1975, para atacarinsidiosamente o actual Papa e por essa via, a própria ICAR. A 25 de Marçodo corrente ano, o conceituado New York Times publicou uma matéria em quepretensamente acusa Bento XVI de encobrir o pároco de Milwaukee quando em1995 o Papa ainda era Cardeal e responsável pela Congregação para a Doutrinada Fé. È preciso ter muito ódio ao Catolicismo para 35 anos depois levantartal questão... A denúncia é tanto mais insidiosa quando ignora de todo queaquele organismo tem como função específica vigiar os desvios doutrinários,heresias, pelo que nada tem com o Direito Canónico, que julga casos deindisciplina, como o são os actos que violam a castidade a que os clérigosestão obrigados. Ignora que o referido padre foi na oportunidade ilibadopelo Direito Civil, que não apurou provas da prática de Pedofilia sobrerapazes surdos que tutelava. Como ignora que a hierarquia católica manteve-o sob vigilância e o fez,não tanto pela suspeição de abusos sexuais em menores, mas por desviosdoutrinários. Foi essa e só por essa razão que o então Cardeal Ratzinger, em1995, o sancionou, tendo então limitado as suas funções pastorais. Quatromeses depois Murphy faleceu. Não cremos que aquele diário nova-iorquinodesconhecesse em absoluto estes factos. Daqui se conclui que existe má fé eem marcha uma campanha difamatória articulada mundialmente contra ahierarquia católica.E compreende-se. O actual Sumo Pontífice, coerente com os princípios daIgreja Católica, tem desenvolvido uma tenaz resistência contra as propostascontra-natura e fracturantes, veiculadas por organizações laicas apostadasem impor uma visão sexista e hedonista da Sociedade, reduzindo o homem à suacondição animal para negar a sua dimensão espiritual. Tais organizações nãosurgiram obviamente por "geração espontânea", nem vivem do ar... Foramcriadas e são apoiadas à sorrelfa por Fundações ditas filantrópicas como ada família Rockfeller. Os interesses financeiros das mesmas estão ligados aum vasto leque de sectores económicos, que vão desde a banca, o petróleo, aindústria farmacêutica, a indústria militar, etc, aos meios áudio visuais,incluindo a "mídia", a qual evidentemente cumpre uma agenda ditada pelaElite Global à qual pertencem.Ademais, quem postula que a Humanidade tem que ser reduzida a 1/3 dapopulação actual e contribui para a miséria de milhões de seres humanos nãopode ver com bons olhos a acção caritativa da ICAR, precisamente nas áreasonde a pobreza é mais sentida, coincidindo por vezes com subsolos ricosexplorados por essa mesma Elite Global.Há portanto uma intenção neste tipo de notícias, que vai muito além dodesejo de informar... Se assim fosse não omitiam o mesmo fenómeno noutrasinstituições análogas. Mais, numa apreciação equilibrada da responsabilidadeda ICAR na Pedofilia, deveriam referir os processos civis e canónicos quetêm sido levantados aos clérigos acusados de abuso sexual a menores, seudesfecho, e não apenas publicitar denúncias, que podem não ser genuínas,como se tem conhecimento em processos deste género.Artur Rosa Teixeira ( artur.teixeira1946@gmail.com )FONTE:http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5770:quando-se-confunde-a-arvore-com-a-floresta&catid=50:demais&Itemid=331

Escolhidos o Tema e o Lema da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010

A Comissão Organizadora da CFE-2010, reunida em Brasília nos dias 16 e 17 de maio de 2008, após uma análise criteriosa das sugestões apresentadas para a 3ª Campanha da Fraternidade Ecumênica a ser realizada em 2010, vem a público anunciar as seguintes decisões:

CFE-2010:
Tema - "Economia e Vida"
Lema: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro." Mt 6,24c

Também foram escolhidos os componentes do Comitê Gestor do Fundo Ecumênico de Solidariedade, que será composto por:
Cáritas Brasileira - A Cáritas Brasileira faz parte da Rede Caritas Internationalis, rede da Igreja Católica de atuação social composta por 162 organizações presentes em 200 países e territórios, com sede em Roma. Organismo da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, foi criada em 12 de novembro de 1956 e é reconhecida como de utilidade pública federal.
Fundação Luterana de Diaconia, FLD - A Fundação Luterana de Diaconia (FLD) foi criada em 17 de julho de 2000, por decisão do Conselho da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (CI/IECLB). Seu objetivo é apoiar a execução de programas e projetos que promovam qualidade de vida, cidadania e justiça social.
Além dos dois organismos, comporão o Comitê Gestor do Fundo Ecumênico de Solidariedade o Secretário Executivo do CONIC, Um representante da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, um representante da Igreja Presbiteriana Unida e um representante da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

Brasília, 19 de maio de 2008.
Rev. Luiz Alberto Barbosa - CFE 2010

Fonte: http://www.conic.org.br/index.php?system=news&news_id=730&action=read

09/12/2008 - Meditando sobre Economia e Vida

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2010 ECUMÊNICA

Tema: ECONOMIA E VIDA
Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24)

Objetivos desta Campanha da Fraternidade Ecumênica
Objetivo geral: Unir Igrejas Cristãs e pessoas de boa vontade na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, contruindo uma cultura de solidariedade e paz.

Objetivos específicos:

- Denunciar a perversidade de um modelo econômico que visa em primeiro lugar o lucro, aumenta a desigualdade e gera miséria, fome, morte
- Educar para a prática de uma economia de solidariedade, de cuidado com a criação e valorização da vida como bem mais precioso
- Conclamar as Igrejas, as religiões e toda a sociedade para a implantação de um modelo econômico de solidariedade e justiça para todos.

Esses objetivos devem ser trabalhados em quatro níveis:
- social – eclesial – comunitário - pessoal

Por que escolhemos esse tema?

Um olhar, mesmo rápido, sobre o mundo em que vivemos nos mostra sinais preocupantes, em relação ao sistema econômico e cultural em que estamos vivendo. Alguns são fatos bem comuns do cotidiano. À nossa volta estão coisas assim: Diz o anúncio de automóvel: É carro silencioso, mas fala muito sobre você. - Bill Gates anuncia que o objetivo de seu negócio é “tornar nossos produtos obsoletos, antes que os concorrentes o façam”. - Tantas vezes se diz: Não vale a pena consertar... é melhor jogar fora. - O anúncio de cartão de crédito promete: “As melhores coisas da vida passam por aqui.”: O jornal narra o dia de uma coletora de lixo. Ela não tem o mínimo necessário, mas o filho quis e ela arranjou para ele um video game e um celular. Mas vemos à nossa volta também outra vida e outro mundo Gente sofre nas filas dos hospitais... e o dinheiro que deveria ir para a saúde tem outros destinos. Crianças estão na escola, mas não aprendem a ler... Idoso aposentado sustenta a família desempregada.
Pense no que está por trás de tudo isso, condicionando os desejos da população e/ou criando situações desumanas. As necessidades básicas são atendidas? Como o desejo do supérfluo acaba se tornando mais dominante? Há pessoas enriquecendo a cada dia e pessoas pedindo esmola. Há corrupção e aplicação de dinheiro público para favorecer os que já têm demais e falta de recursos para saúde, educação, alimentação. Há pessoas egoístas e há pessoas generosas e solidárias.
Que sistema é esse? Que política é essa?
Enquanto isso, continuamos vendo gente vivendo na rua, migrantes que deixam sua terra com tristeza, enganados por falsas promessas ou expulsos pelo avanço de uma indústria que consegue tudo o que quer, serviços públicos funcionando mal enquanto o dinheiro dos impostos acaba servindo para proteger os mais poderosos.
Multidões não têm o necessário. Mas uma minoria não consegue nem usufruir o que têm, por excesso de riqueza. E, no meio, gente de todas as classes está sendo pressionada a se avaliar pelos padrões do consumo e não por seu valor pessoal.
Criticando com ironia esse sistema que faz das pessoas meras vitrines do que o mercado exibe, que faz cada um se auto afirmar pelos objetos que usa, Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema “Eu, etiqueta”, que termina assim:

Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de não ser eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

O poeta não queria gente se comportando como coisa, escrava do mercado. Deus também não quer. O ser humano tem um valor que precisa estar acima de tudo que é “coisa”, lucro, pressão de mercado.

O planeta, uma grande vítima da idolatria do mercado

Deus criou a vida. O planeta tem o necessário para sustentá-la e para nos maravilhar com a variedade, a sabedoria e a beleza da Criação. As montanhas, rios, florestas bonitas que Deus nos deu não podem ser sepultadas sob as conseqüências das sobras dos sistemas de produção que servem ao lucro. Nossa casa planetária precisa ser bem cuidada, é a única que temos e pertence a todos.

Uma forte motivação bíblica

A Bíblia é um livro sagrado muito ligado ao que acontece aqui neste mundo. Nela fica claro que a maneira fundamental de agradar a Deus é cuidar bem daquilo que ele criou com sabedoria e amor. É isso que Deus quer: gente feliz, em segurança e fraternidade, numa terra bem cuidada que pertence a todos. É por isso que a missão que o ser humano recebe ao ser criado é “cultivar e guardar” o jardim do Éden (Gn 2,15), símbolo da vida em harmonia, paz e justiça. Não é difícil imaginar como é impossível haver “paraíso” para todos numa sociedade de tão profundas e injustas desigualdades econômicas. É por isso também que, na descrição do final feliz da Humanidade, o Apocalipse nos mostra uma cidade em que as portas não precisam ser fechadas (Ap 21,25) e onde a “árvore da vida” dá fruto todos os meses (Ap 22,2). É a segurança que vem de uma vida sem medo, sem injustiças, com fraternidade e partilha.
Um grande fato, centro da memória do registro do Antigo Testamento, é a libertação da escravidão do Egito. Deus não quer seu povo – como não quer nenhum povo – explorado nos seus direitos e no seu trabalho. Mas não basta libertar, é preciso educar para a liberdade, a partilha, a igualdade. Os judeus até hoje dizem: “Foi preciso um dia para o povo sair do Egito e quarenta anos para o Egito sair do povo.” Ou seja: o povo precisou um tempo maior para aprender como deveria viver, para não repetir o esquema de injustiça do qual havia sido libertado. As leis de Deus são parte importante dessa “educação” para a vida livre, fraterna e solidária.
Nisso podemos destacar alguns exemplos:
- Até hoje os judeus se destacam pela estrita observância do sábado. É dia de honrar a Deus de modo especial. Mas, que interessante! Deus se sente honrado se nesse dia ninguém pensar em lucro (não se trabalha), se o escravo e o trabalhador tiverem direito ao descanso, se até os animais puderem repousar. Esse ritmo de vida ligado ao número sete tem outros desdobramentos. No sétimo ano, o escravo é libertado e não pode ser jogado na sociedade sem recursos, para virar escravo de novo: deve ser dispensado com uma indenização, meio de recomeçar a viver com liberdade. ( Dt 15,12-15). De sete em sete anos se proclama o perdão das dívidas (Dt 15,1-2). A terra também descansa no ano sabático (Ex 23,10-11). Depois de 7x7 anos, vem o ano do jubileu, em que cada um retoma a propriedade que havia vendido em momento de aperto (Lv 25, 8-13).
- Na caminhada pelo deserto, a distribuição do maná é um símbolo importante da partilha que Deus deseja para seu povo (Ex 16,4-21). O maná, como toda a obra de Deus na natureza, é dado de graça para todos. Cada um tem o direito de recolher o que precisa, mas se pegar demais, o excesso apodrece. É um retrato simbólico da podridão que acompanha, ainda hoje, o acúmulo indevido de bens, que lesa o direito de outros.
- Os profetas clamam por justiça econômica: o órfão, o estrangeiro e viúva (símbolo dos mais carentes) não podem ficar desamparados sem que isso configure uma ofensa a Deus. Eles cobram dos governantes, a honestidade e o compromisso com os direitos dos mais fracos. Isaías, por exemplo, denuncia:
Ai daqueles que promulgam leis injustas, que redigem medidas maliciosas, para tapear o fraco na justiça, roubar o direito de meu povo explorado, para fazer viúvas suas vítimas e roubar dos órfãos. (Is 10,1-2)
Deus não aceita nem culto, homenagem, sem a prática da justiça e da fraternidade que se reflete no uso dons bens materiais. O mesmo Isaías nos mostra Deus advertindo:
Quando estendeis para mim as mãos, desvio meu olhar. Ainda que multipliqueis as orações, de forma alguma atenderei. É que vossas mãos estão sujas de morte. Limpai-vos, limpai-vos, tirai da minha vista as injustiças que praticais. Parai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, buscai o que é correto, defendei o direito do oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Depois podemos discutir, diz o Senhor. (Is 1, 15-18)
Em outras palavras: sem a justiça da economia que não desampara os pequenos, Deus não quer conversa conosco. Muitos outros textos proféticos teriam indicações semelhantes, muitas leis do Pentateuco visam proteger trabalhadores e pobres, para que um filho ou filha de Deus não seja sacrificado no altar idolátrico da economia.

Jesus age também colocando o ser humano acima da pressão econômica

Ele adverte: Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu... (Mt 6,19)
Reconhecendo que nossas escolhas no uso do dinheiro revelam quem somos de fato, ele observa: Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Mt 6,21) E se, em vez dos tesouros do céu, nosso coração estiver com os tesouros da terra, não sobra lugar para o Deus verdadeiro e instala-se a idolatria de servir a outro tipo de “deus”. Então Jesus faz a advertência que serve de lema para a nossa Campanha:
Ninguém pode servir a dois senhores: ou vai odiar o primeiro e amar o outro ou vai aderir ao primeiro e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro! (Mt 6,24)
E Jesus não ficou só no discurso. Toda a sua vida foi um testemunho de simplicidade no uso dos bens materiais, de solidariedade com os pobres, de distribuição gratuita dos dons de Deus, sem nenhuma ambição de bens ou glórias mundanas.

Um texto básico, escolhido para iluminar nossa Campanha

A equipe que trabalhou na Campanha pensou em destacar uma passagem bíblica para ancorar a reflexão a ser feita. O grupo escolheu o encontro de Jesus com Zaqueu (Lc 19,1-10):
Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessou a cidade. Apareceu um homem chamado Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, muito rico. “Zaqueu todo alegre acolheu Jesus em sua casa. Vendo isso, todos murmuravam; diziam: “É na casa de um pecador que ele foi se hospedar”. Mas Zaqueu, adiantando-se, disse ao Senhor: “Pois bem, Senhor, eu reparto aos pobres a metade dos meus bens e, se prejudiquei alguém, restituo-lhe o quádruplo”. Então Jesus disse a seu respeito: Hoje veio a salvação a esta casa.

Fonte: http://www.conic.org.br/index.php?system=news&news_id=805&action=read

19/05/2008 - Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010

Tema - "Economia e Vida"

Lema: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro." Mt 6,24c
Objetivo Geral
Unir Igrejas Cristãs e pessoas de boa vontade na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, construindo uma cultura de solidariedade e paz.

Objetivo Específico

1) Denunciar a perversidade de um modelo econômico que visa em primeiro lugar o lucro aumenta a desigualdade e gera miséria, fome e morte.
- Questões de trabalho: informalidade, trabalho escravo, precariedade e desemprego.
- Questões agrárias: terra e água.
- Recursos naturais, privatizações.
- Tributação, previdência, concentração de renda.
- Consumismo.
- Uso indevido do dinheiro público.
- Sonegação.

2) Educar para a prática de uma economia de solidariedade, de cuidado com a criação e de valorização da vida.
- Interagir na realidade.
- Justiça, solidariedade.
- Valorização da vida mais do que ao lucro.
- Preservação da criação.
- Consumo responsável e consciente da situação do próximo e do planeta.
- Contra o preconceito de classe.
- Direitos Humanos.
- Respeito da dignidade humana além de interesses egoístas.

3) Conclamar as Igrejas, as religiões e toda a sociedade para a implantação de um modelo econômico de solidariedade e justiça para todas as pessoas.
- Direito a educação de qualidade.
- Praticas de economia solidária.
- Políticas públicas.

Fonte: http://www.conic.org.br/index.php?system=news&news_id=695&action=read

04/12/2008 - Comissão Organizadora

Comissão Organizadora da CF 2010 Ecumênica

ICAR

Dom Dimas Lara Barbosa
SE/Sul Quadra 801 conj. B
70401-900 – Brasília – DF
(61) 2103-8300
secgeral@cnbb.org.br
Pe. Marcial Maçaneiro
Av. Francisco Barreto Leme, 550
Vila São Geraldo
12062-000 – Taubaté – SP
(12)3632 7830/ 3621 2564/ 9775 7595
marcialscj@hotmail.com

ISO

Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa
QS 05 Rua 412 Casa 13
72030-150 – Águas Claras – DF
9971-1161/3325-7924/3961 4713/3356 8835
Data de aniversário: 11/05
zulmiraineslourena@hotmail.com

Pe. Iraílson Rodrigues de Lima
Quadra 208 Conjunto A Lote 03
72315-085 – Samambaia – DF
9825-1656
irailson_lima@hotmail.com

IEAB

Revda. Lucia Dal Pont Sirtoli
Av. XV de novembro, 25/1
Caixa Postal 173
99700-000 – Erechim RS
54-3519 7063
lunagi21@yahoo.com.br

Rev. Cláudio de Souza Linhares
Trav. Lomas Valentina, 40 Apto. 201-A - Sacramenta
66083-390 - Belém - PA
91-3276 9245/3241 9720/81037715
claudio_sl@hotmail.com
revlinhares@uol.com.br

Suplente: Rev. Fernando Gonçalves

IPU

Rev. Cláudio da Chagas Soares
SHIN EQL 7/9 Lote A – Área Especial
71515-005 – Lago Norte - DF
3368 5313
maiasoares@yahoo.com.br

Rev. Sandro Xavier Silva
QI 12 Bl. P Aptº 314 – Guará I
71010-169 Brasília – DF
3264 8268/9982 2246
revsandro@yahoo.de

IECLB

P. Teobaldo Witter
Rua Portugal, 428 – Jardim Tropical
Caixa Postal: 4501
78065-800 – Cuiabá – MT
65-3634 4191/ 9968 6199
twitter@terra.com.br

Pra. Romi Márcia Bencke
SQN 415 – Bl. C – aptº. 302
Brasília – DF
3201 5283/ 8138 9717
romi.ben@uol.com.br

Suplente: P. Dr. Rolf Schünemann

CONIC

Rev. Luiz Alberto Barbosa - Secretário Geral
Pe. Gabriele Cipriani - Assessor
Fonte: http://www.conic.org.br/index.php?system=news&news_id=800&action=read

COMO VOCÊ REAGE QUANDO OFENDIDO?

As atitudes são formas distintas de comportamento que refletem estados emocionais, de pensamento e de vontade.
Apresentamos oito atitudes para ver com quais delas você mais se aproxima:

Oito atitudes

1. Submissão: Aceitação passiva do insulto, submetendo-se à crítica ou atitude reprovadora do ofensor, criando justificativas auto desqualificadoras e humilhantes como, por exemplo: “Eu mereço isso” ou “É culpa minha”.

2 Negação: Exclusão consciente da lembrança de idéias ou sentimentos associados à ofensa sofrida; empreendimento de esforços para “esquecer o assunto”.

3. Reação hostil: Predisposição para reagir imediatamente com violência, atacando o agressor da mesma forma; uma atitude primitiva que pode não deixar ressentimentos em relação ao sujeito, mas provavelmente agrava o conflito com a pessoa que sofre o ataque emocional.

4. Vingança: “Olho por olho e dente por dente”. Busca intencional de vingança e planejamento para executá-la, tentando dar ao ofensor a mesma ou até maior punição do que o agravo sofrido. Isso também é diferente da primeira atitude, na qual a reação não é imediata. Muito tempo pode passar antes que a retaliação tenha lugar.

5. Ressentimento: Tendência de reter sentimentos de ira e ódio, lembrando-se freqüentemente da afronta sofrida, mantendo comportamentos de animosidade e rancor para com a parte culpada, sem realmente praticar atos diretos de vingança, como na reação vingativa já mencionada.

6. Explicação: Enfrentamento do faltoso na busca de uma explicação, justificativa ou motivo para a ação, a fim de superar a discórdia mediante o diálogo; “esclarecer as coisas”.

7. Perdão:
Essa atitude também se centraliza na comunicação, mas busca a compreensão para esclarecer satisfatoriamente as causas da controvérsia; a pessoa cerra as portas a ações hostis, vingança ou rancor.

8. Reconciliação: Superar a discórdia mediante o diálogo e com disposição perdoadora, assim como ocorre nas duas atitudes precedentes, mas com a intenção de reavivar os laços de afeição com o ofensor, a fim de restabelecer o bom relacionamento.